No âmbito das comemorações dos 175 anos do Concelho de Boticas, o átrio dos Paços do Concelho recebe, até ao próximo dia 30 de Novembro, uma exposição iconográfica do botiquense Gomes Monteiro, que deixou uma obra notável, bem clara do amor e do orgulho que sempre nutriu pelas suas origens.
Na mostra encontra-se uma grande variedade de elementos iconográficos da vida e obra de Gomes Monteiro, como bustos em gesso, correspondências, cartazes, fotografias, caricaturas, edições raras, grande parte deles reveladores da sua profunda ligação ao concelho de Boticas.
Gomes Monteiro, que nasceu a 5 de Junho de 1893, dedicou grande parte sua vida à escrita, onde se destacam obras como “Feras no Povoado”, um genuíno retrato da vivência botiquense na época e “As Mulheres que Amaram Jesus”, uma obra inteiramente dedicada às mulheres do concelho. No entanto, falar em Gomes Monteiro é falar também em jornalismo, que assumiu uma posição central na vida deste escritor. Em 1912, com apenas 19 anos iniciou a sua carreira com o desafio de dirigir “A Voz de Leça” e, desde então, surgiram inúmeros jornais e revistas que tiveram a sua colaboração, com destaque para a revista semanal “A Novela” (1924) e a revista “Arquivo Nacional” (1939).
Gomes Monteiro acabou por falecer a 8 de Dezembro de 1950, com 57 anos e é hoje, constantemente, homenageado em diversas exposições, como um verdadeiro ícone na literatura portuguesa.