No passado dia 26 de Setembro, o Boticas Parque recebeu uma ação de reprodução em cativeiro do mexilhão-de-rio (Margaritifera margaritífera), uma espécie de bivalves que se encontra próxima das margens dos rios e que é protegida pela Convenção Sobre a Conservação da Vida Selvagem e dos Habitats Naturais.
A iniciativa decorreu no âmbito do Centro de Reprodução e Divulgação Científica e Ambiental sobre o Mexilhão do Rio, implementado no Boticas Parque e financiado através do projeto de compensação de flora e fauna do Sistema Eletroprodutor do Tâmega da Iberdrola.
Para o efeito, foram recolhidos no rio Beça mexilhões com gloquídios (larvas dos mexilhões-de-rio) que foram colocados num tanque com cerca de 700 exemplares de trutas criadas no Boticas Parque, permitindo assim que os gloquídios se fixem no seu hospedeiro natural.
Adicionalmente recolheram-se gloquídios de mexilhões-de-rio com origem no rio Tâmega, que foram usados para infetar de forma intensiva cerca de 50 trutas, num pequeno recipiente durante 10 minutos. Após esse tempo as trutas foram transferidas para um tanque separado.
Parte das trutas serão mantidas durante oito meses no Boticas Parque, tempo que dura a transformação (metamorfose) dos gloquídios em juvenis de mexilhões-de-rio. Passado esse período os juvenis serão criados em cativeiro ou libertados no rio.
As restantes trutas serão eventualmente libertadas no rio Beça, permitindo que os juvenis de mexilhões se soltem de forma natural.