Enquanto decorria no Auditório Municipal de Boticas a sessão de esclarecimentos sobre o Estudo de Impacto Ambiental da Mina do Barroso, que, recorde-se, se realizou à porta fechada e sem a presença de comunicação social, no exterior, junto à Praça do Município, concentraram-se opositores à mina a céu aberto que a empresa Savannah Lithium quer explorar na freguesia de Covas do Barroso, juntando movimentos cívicos e populares que se associaram a esta causa, dando eco e protestando contra os prejuízos irremediáveis que uma putativa exploração mineira irá causar em toda a região.
Os protestos começaram a ganhar forma ao início da tarde e foram bem audíveis enquanto decorreu a sessão de esclarecimento, traduzindo de forma clara a posição da população do Concelho que diz firmemente “Não à Mina”.
Numa manifestação pacífica, ordeira e em respeito pelas liberdades dos outros, os populares entoaram palavras e cânticos de ordem e exibiram cartazes onde se podia ler: “Covas do Barroso Património Agrícola Mundial diz não à mina”; “Verde é o Barroso”; “Não queremos minas na nossa terra” e “Matos Fernandes [ministro do Ambiente] coveiro do Barroso”.
Exibiam também ferramentas de trabalho ligadas à agricultura, lembrando que a subsistência desta região é, sobretudo, o trabalho dos campos e a criação de gado, actividades que ficarão seriamente comprometidas caso este projecto de exploração mineira vá em frente. Algo que todos aqueles que residem neste território querem travar, como forma de honrar a sua história e tradições, preservando o território e legando-o de geração em geração, mantendo a qualidade de vida que há séculos caracteriza estas regiões rurais do interior norte de Portugal.
“Só queremos continuar a fazer a nossa vida como sempre o fizemos, retirando os frutos do nosso trabalho e deixando este território para os nossos filhos e netos como o herdamos dos nossos pais e avôs. Não nos podem retirar o direito à vida”, referiam em uníssono os populares.