O Presidente da Câmara Municipal de Boticas, Fernando Queiroga, foi eleito para a Comissão Executiva da Associação Europeia dos Eleitos de Montanha (AEM), no decorrer da Assembleia Geral daquela associação, que decorreu nos passados dias 26 e 27 de setembro na assembleia Nacional francesa, em Paris.
Como representantes portugueses na Comissão executiva da AEM foram ainda eleitos os presidentes dos Municípios de Ribeira de Pena e Vila Pouca de Aguiar, Rui Alves e Alberto Machado, respectivamente. A deputada do Parlamento francês e presidente do Grupo Parlamentar dos municípios de montanha franceses, Sophie Dion, foi eleita a nova Presidente da AEM.
A AEM tem como objetivo defender os interesses dos municípios inseridos nas diferentes regiões de montanha da Europa, procurando agilizar no sentido da implementação de políticas específicas para os territórios de montanha, sensibilizando as diferentes instituições europeias para a necessidade de criar legislação específica para estes territórios, que vivem, sobretudo, da agricultura e da floresta e que pelos múltiplos recursos e riquezas naturais têm desempenhado, ao longo da história, um papel crucial para os territórios, representando atualmente preciosos reservatórios naturais e constituindo um capital turístico de progressiva valorização numa lógica de gestão global do território.
No decorrer da sua intervenção, o Presidente da Câmara de Boticas alertou para a necessidade de valorização dos territórios de montanha através dos seus produtos endógenos e de reconhecida qualidade, sublinhando que “investindo na floresta e na agro-pecuária, seria possível rentabilizar os territórios de montanha, contribuir para a fixação da sua população e preservar as especificidades próprias de cada local, desde a sua paisagem aos usos, costumes e cultura”. Fernando Queiroga alertou ainda para a calamidade vivida recentemente por Portugal e concretamente pelo Concelho de Boticas, que foi fustigado por “incêndios florestais, que consumiram milhares e milhares de hectares de floresta e dizimaram por completo o verde das nossas montanhas”, reforçando que “a AEM deve esgotar todas as possibilidades de pressão para que esta temática não seja esquecida e para que se encontrem mecanismos de apoio que permitam a rápida recuperação da extensa área que os incêndios florestais consumiram”.