Durante os dias 6, 7 e 8 de Junho, Boticas acolheu o I Colóquio Internacional de Cultura Popular, por ocasião do 120º aniversário do nascimento de Gomes Monteiro, figura das letras de Boticas, e onde reputados oradores procuraram alertar para a necessidade de preservar os hábitos, costumes, tradições e todos os valores que o património imaterial comporta, como forma de proteger a genuína cultura popular de um povo, procurando que a mesma seja devidamente aproveitada e potenciada como geradora de fluxos turísticos que garantam verdadeiras mais valias para os concelhos do interior do país como Boticas.

A pluralidade de opiniões e o debate foram conseguidos tendo trazido para este colóquio uma grande diversidade de temas, contrapondo-se às apresentações mais ligadas ao Concelho de Boticas e à região do Barroso protagonizadas pelo padre António Lourenço Fontes, David Teixeira (Diretor do Ecomuseu de Barroso), José Dias Baptista (escritor e investigador), Barroso da Fonte (escritor e investigador), João Carlos da Rocha (Casa do Capitão, Salto) e António Ramos (CM Chaves), os exemplos vindos de outras regiões e aqui apresentados por Jean Yves Durand (Museu da Terra de Miranda), José Carlos Barros (Vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António), Manuel Pinto (Professor da Universidade do Minho), Santiago Prado Conde (Professor da Universidade de Vigo), Alexandre Parafita (Professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro), Lourdes Graça (Professora e escritora) e Vitória Triães (CM Vila Nova de Famalicão).

Do conjunto das intervenções, das temáticas abordadas e das discussões que daí resultaram uma certeza ficou: a Cultura Popular e o património imaterial têm tanta ou mais importância do que o património construído, pois transportam em si a história das gentes e do povo e são o reflexo da sua identidade, merecendo todos os esforços envolvidos na sua preservação e representando enormes potencialidades e mais valias únicas em termos de promoção turística.

Este Colóquio e estas iniciativas, "apesar de não serem muito massificadas ou tanto quanto todos desejaríamos", como referiu a vereadora da Câmara Municipal de Boticas, Maria do Céu Fernandes, no encerramento do Colóquio, "vão dando os seus frutos e permitem que todos saiamos mais ricos e com responsabilidades redobradas na preservação dos nossos valores culturais, das nossas tradições, usos e costumes".