O ex-bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, esteve em Boticas na passada sexta-feira, 7 de Fevereiro, tendo sido recebido no edifício dos Paços do Concelho pelo vice-presidente da Câmara Municipal de Boticas, Guilherme Pires, manifestando, assim, a sua solidariedade para com o concelho e as suas gentes, após ter sido conhecida a decisão de encerrar o tribunal de Boticas à luz do tão polémico diploma regulamentar de Reorganização Judiciária.
Marinho Pinto não poupou críticas ao novo mapa judiciário afirmando, uma vez mais, que este tipo de medidas continuam a ser "feitas por burocratas que não conhecem a realidade do interior do país" e que o encerramento de tribunais não é mais do que "uma forma de favorecer grandes grupos e interesses privados". Na sua opinião, teria sido possível reformar o sistema judiciário, tendo em vista a redução de custos e sem recorrer ao encerramento dos tribunais, não estivesse esta reforma sujeita a pressões e ´lobbies´, não só no Ministério da Justiça, mas dentro do próprio governo.
A Lei de Organização do Sistema Judiciário, aprovada no dia anterior à passagem do ex-bastonário por Boticas, irá mesmo avançar com o encerramento de 20 tribunais e a conversão de 27 tribunais em secções de proximidade, ficando o país dividido em 23 grandes tribunais judiciais, com sede em cada uma das capitais de distrito.
O Presidente da Câmara, Fernando Queiroga, avisou já que se esta medida altamente lesiva para a população do concelho for para seguir em frente, o Município de Boticas, em conjunto com os restantes Municípios que compõem o Alto Tâmega, irá avançar com a interposição de uma providência cautelar contra o encerramento do seu tribunal.