É já no próximo dia 20 de Janeiro que a freguesia de Alturas do Barroso vai voltar a organizar por mais um ano a festa em honra de S. Sebastião, que, como é hábito, conta sempre com a presença de milhares de fiéis.

Nesta festa, que é organizada por 4 ou 5 vizinhos num sistema de rotatividade, é oferecida feijoada a todos os quantos passam na aldeia neste dia, embora esta seja uma tradição mais recente, uma vez que antigamente dava-se apenas pão e vinho aos visitantes. E em jeito de agradecimento, os visitantes oferecem uma esmola ao santo, cuja imagem se encontra na entrada do salão de convívio da freguesia onde se realiza a festa.

Antes da realização da festa, os organizadores andam pela aldeia a recolher a contribuição que cada uma das casas queira oferecer, desde o fumeiro à carne de porco (pé e peito) e dinheiro com o qual se compram vários alimentos como arroz, feijão, pão e vinho. No dia 20, ainda de madrugada, na ampla sala do edifício da sede de Junta de Freguesia, numa lareira construída para o efeito, começa a confecionar-se a refeição comunitária que consistirá em feijoada, arroz, pão e vinho. De manhã realiza-se uma missa em honra de S. Sebastião, no final da qual se faz uma procissão, com o andor de S. Sebastião a desfilar pelas principais ruas da aldeia até ao local da festa. Entoam-se cânticos e orações pedindo a proteção do Santo ou agradecendo pelas benesses concedidas. Chegados ao local da festa, o padre procede à bênção da comida, em especial do pão que mais tarde vai ser distribuído pelos fiéis.

Tudo em nome da Tradição e da festa e em honra de S. Sebastião, santo advogado dos animais e protetor de males como a peste e a fome. Estando, assim, reunidos os ingredientes necessários a mais um grande convívio, que se faz ao som da música tradicional e das concertinas.

Como surgiu a festa em honra de S. Sebastião

Reza a lenda que esta festa em honra de S. Sebastião em Alturas do Barroso teve origem numa promessa feita há muitos anos atrás, quando os animais da aldeia foram atacados por uma peste que grassou a morte entre eles. Desesperados, os habitantes da aldeia recorreram a S. Sebastião para que os livrasse de tamanho mal, prometendo que, anualmente, celebrariam o dia 20 de Janeiro em sua honra, se a sua prece fosse ouvida. Realizado o milagre, assim se cumpre a tradição a cada ano que passa.