Numa iniciativa da Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN), que contou com a comparticipação e apoio dos municípios de Boticas e Montalegre, o conhecido realizador português João Botelho e a produtora Ar de Filmes, filmaram durante os últimos dias de Junho e o início deste mês, na região do Barroso, o documentário intitulado “Para Que Este Mundo Não Acabe”, onde participaram alguns populares do Concelho de Boticas e o Grupo de Cantares da Associação Cultural, Recreativa e Desportiva da Serra do Leiranco, Sapiãos.
Neste trabalho, João Botelho propõe-se transpor para a tela a grandeza da região do Barroso, procurando retratar a violência da paisagem e a força das suas gentes. Para tal, Botelho recorre ao trabalho de dois actores, Marcello Urgeghe e Maria Archer. Ele é jornalista e vem fazer uma reportagem sobre esta terra e ela acompanha-o sem saber porquê e é através deles, do que vêm, ouvem e sentem, que é contada a história do Barroso.
Para o cineasta transmontano, o Barroso é uma região muito “específica”, porque tem uma “grande ingenuidade que não se encontra em mais lado nenhum. Não é só a violência da paisagem, é a violência da vida e a grandeza das pessoas. É um mundo muito estranho, diferente, mas cheio de verdade e força. É isso que me atraiu”, salientou. O casal viaja por um “território de picos agrestes e vales férteis, de climas extremos habitado por dramáticas gentes que transportaram até hoje saberes, costumes e comportamentos comunitários notáveis e únicos”.
“Achamos que era interessante haver um documentário cinematográfico, feito por uma pessoa da qualidade de João Botelho, para podermos dar a conhecer melhor a região do Barroso”, salientou o presidente da Câmara de Boticas, Fernando Campos.
Boticas e Montalegre receberão a ante-estreia deste trabalho no início do próximo mês de Outubro. O documentário será convertido num DVD de uma trilogia que revela a visão do realizador João Botelho sobre a região transmontana.
A trilogia inclui “A Terra Antes do Céu”, já filmado na região de Vila Real, este “Para Que Este Mundo Não Acabe”, filmado na região do Barroso, e um terceiro, ainda por preparar, na região do planalto mirandês.