Carvalhelhos vestiu-se a rigor para a realização da primeira edição da “Céltica – Festa Castreja”, que decorreu nos passados dias 28 e 29 de maio.
A magia céltica andou à solta, ao longo de todo o fim-de-semana, na localidade onde se encontra um dos castros mais importantes do concelho botiquense. O Castro de Carvalhelhos ou Castro dos Mouros, nome pelo qual o povoado fortificado também é conhecido, serviu de ponto de partida para uma experiência única, que teve como protagonista principal a Estátua do Guerreiro Calaico, um dos símbolos mais importante da cultura castreja presente no município barrosão. A imagem do guerreiro, encontrada no Outeiro do Lesenho, foi classificada como tesouro nacional e pode ser visitada no Museu Nacional de Arqueologia.
Apesar do S. Pedro não ter dado uma ajudinha, foram muitos os que se deslocaram até Carvalhelhos para recuar ao tempo da cultura castreja através das recriações históricas, da música, das oficinais temáticas (demonstração de voo de aves, a arte de trabalhar o ferro, o cesteiro, entre outras) e também da gastronomia.
Os visitantes puderam assim conhecer e perceber melhor o quotidiano dos seus antepassados, vivenciando momentos e histórias com mais 2500 anos.
“Pensamos em fazer algo que se identificasse com a população deste concelho. Como é sabido o povo castrejo passou por aqui, aliás, isso está bem visível quer através dos castros, quer do nosso Guerreiro e, portanto, este evento foi sobretudo uma festa que recuperou as tradições daqueles que passaram por este concelho há 2500 anos”, realçou o presidente da autarquia.
A comunidade local associou-se à festa participando nas mais variadas atividades, nomeadamente na Batalha dos Guerreiros e nas danças célticas que decorreram durante os dois dias. As gentes da terra fizeram questão de encarnar personagens caraterísticas daquela época e recriar alguns momentos do quotidiano celta.
Fernando Queiroga referiu que “apesar do mau tempo que se fez sentir as pessoas não deixaram de participar no evento que tem tanta simbologia tem para estas gentes”.
Do vasto programa da festa destacaram-se ainda os momentos musicais dos “Strella do Dia”, um grupo de referência a nível internacional, com um vasto reportório de músicas tradicionais e que utilizam instrumentos como a gaita-de-foles, a tarota, a gralla, o corno, o timbalão, entre outros.
Para além disso, estiveram à venda no recinto do evento uma grande variedade de produtos locais, como mel, pão centeio, vinho, entre outros. Tal como referiu Fernando Queiroga, “um dos grandes objetivos da realização da Céltica passa por promover o que de melhor há e se faz em terras barrosãs, as artes e ofícios tradicionais”.
Para todos aqueles que não puderam ir até Carvalhelhos disfrutar da “Céltica – Festa Castreja”, o Presidente do Município de Boticas avançou que irá realizar-se, já no próximo ano, a segunda edição do evento.