Daqui a muitos anos falar-se-á na «tradição» que os homens da Granja não deixaram perder ao longo do tempo, juntando-se em romaria e confraternização, invariavelmente, no último sábado de Abril. Porque as tradições começam assim: primeiro é apenas uma vontade de comunhão e encontro; depois, muito mais tarde, é como se não tivesse havido um princípio, e as sucessivas memórias se acrescentassem apenas «porque já é tradição»…
A verdade é que o «Dia do Homem da Granja» começou já há nove anos, em 2005, quando cinquenta e um homens, entre iniciados e veteranos, se juntaram no Santuário do Senhor do Monte para uma sessão de confraternização masculina e festa da rija.
Acontece que este ano, exactamente no último sábado de Abril, a história se repetiu, não havendo no entanto assinaláveis diferenças. Primeiro, o número de convivas nos últimos seis anos, estabilizou entre os noventa e os cem. Segundo, o acontecimento continua a justificar a presença do champanhe, porque, pela nona vez, havia um aniversário a comemorar; finalmente, os convivas sentem que há já uma tradição a respeitar, porque existem «anos passados» e memórias partilhadas…
Resumindo: o «Dia do Homem da Granja» repetiu-se em 2014, (26 de Abril) numa afirmação de salutar convívio ao longo do dia; a romaria começou mais uma vez muito cedo de manhã, com os romeiros a caminho do Santuário; a parte musical ficou desta feita a cargo dos cada vez mais conceituados acordeonistas Ildo, Carlos e Vilela; os comeres, para não variar (que já é tradição…), foram de novo o ponto alto do evento, constando de pregos no pão ao pequeno almoço, feijoada com todos os pertences ao almoço, caldinho no pote e para o final do dia, carne barrosã assada sobre brasas de carvalho; e, claro, vinhinho, máquina de imperiais, Whisky, coca-cola, sumos e aguardente de reserva caseira de que é proibido fazer publicidade…
Para final da festa, e como já vem sendo hábito, não poderia ter faltado o já tradicional fogo de artifício com quantidade considerável para funcionar também como aviso junto à antiga escola primária, de que os homens da Granja estavam de regresso a casa.
Curiosidades:
Como já foi instituído no segundo encontro, antes do corte do bolo, após o almoço é sempre assinalado um minuto de silêncio em memória de todos os falecidos que já fizeram parte do grupo. Infelizmente neste evento e após consulta ao arquivo, verificou-se a significativa ausência de dez.
Outra das curiosidades foi também o facto dos presentes terem idades compreendidas entre os oito meses de Diogo Bernardo Fernandes e o resistente José Augusto Alves com os seus noventa e cinco anos.
Agradecimentos:
Todos os convivas agradecem ao Pedro Marialva, como carinhosamente é tratado, pela oferta do champanhe ali consumido (motivo: nascimento do seu filho Diogo). Agradecimento também ao senhor Fernando Arnaldo Queiroga (com deslocação propositada desde Almada) pela oferta dos digestivos.
Nota: Registar ainda um outro agradecimento aos senhores Presidente da Câmara Municipal de Boticas e Presidente da Junta de Freguesia de Boticas e Granja que pelas suas presenças que muito honraram todos os convivas.