O Secretário de Estado da Administração Local e da Reforma Administrativa, Paulo Júlio, esteve no passado sábado, dia 24 de Novembro, em Boticas, onde participou na cerimónia de inauguração de um edifício de apoio da Junta de Freguesia de Boticas, integrado nas obras de requalificação do Ribeiro do Fontão, um projeto que procurou revitalizar uma área ribeirinha de aproximadamente 13.500m2, entre o aglomerado populacional de Sangunhedo e a Rotunda do Noro, e que implicou um investimento aproximado de 620 mil euros, contando com financiamento FEDER, numa taxa de comparticipação de 70%.
Na ocasião, o Secretário de Estado lembrou o "simbolismo" que obras desta natureza representam para as populações, já que "elas são pensadas para suprirem algumas carências e destinam-se a ter uma utilização regular, perdurando no tempo e constituindo-se como uma verdadeira mais-valia para as populações". O momento foi também aproveitado por Paulo Júlio para saudar a forma como no concelho de Boticas se procedeu à reforma administrativa [que irá passar de 16 para 10 freguesias], apontando Boticas como "um exemplo de que com diálogo e bom senso foi possível chegar a uma solução ajustada às realidades e necessidades das populações", relembrando que, fruto desta reforma administrativa, "as freguesias não irão perder serviços nem competências. Antes pelo contrário, esta agregação permitirá às freguesias ganharem escala e disporão de maiores recursos para poderem continuar a fazer um trabalho de proximidade e de grande qualidade junto das populações".
Reunião com Autarcas do Alto Tâmega
Antes da cerimónia de inauguração, o Secretário de Estado da Administração Local e da Reforma Administrativa esteve reunido com os seis presidentes das Câmaras Municipais que compõem a região do Alto Tâmega, estando em cima da mesa a discussão sobre a criação da Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega. Os autarcas do Alto Tâmega defendem uma separação face à atual Comunidade Intermunicipal de Trás-os-Montes (CIM-TM), composta por 15 municípios dos distritos de Vila Real e Bragança, por entenderem que a agregação que existe neste momento é "pouco natural", tendo a CIM-TM uma dimensão desajustada que se reflete diretamente na falta de homogeneidade do território, dificulta os processos de governação e fragiliza a implementação de projetos estruturantes.
Neste sentido, Fernando Campos, presidente da Câmara Municipal de Boticas, sublinha que "o Alto Tâmega constitui uma unidade com história e com a sua própria identidade territorial, contando com um conjunto de projetos comuns que foram sendo desenvolvidos ao longo do tempo, pelo que a futura CIM virá a funcionar um pouco à imagem daquela que é atualmente a Associação de Municípios do Alto Tâmega, uma das que melhor funciona em todo o país". O Autarca botiquense relembra que a criação da CIM-Alto Tâmega cumpre os requisitos mínimos [cinco municípios e 90 mil habitantes] e garantirá uma maior homogeneidade, identidade territorial e governabilidade".
Ao mesmo tempo, numa análise comparativa com as realidades das outras CIM da região norte, verifica-se um grande desajustamento territorial da CIM-TM, já que é a de maior dimensão territorial (mais do dobro da área da CIM-Douro, a segunda maior), a de maior extensão territorial entre extremos (levando mais de três horas a fazer o percurso entre Montalegre e Miranda do Douro) e simultaneamente aquela que tem mais problemas de acessibilidade e mobilidade.