Os habitantes das aldeias de Veral, concelho de Boticas, e de Monteiros, Vila Pouca de Aguiar, juntaram-se este domingo, dia 8 de janeiro, para reivindicar a reposição da conhecida Ponte de Arame, ligação pedonal que une os dois municípios e que, ainda este ano, vai ficar submersa com o enchimento da barragem do Alto Tâmega.
O encontro teve lugar junto à ponte, sendo que alguns habitantes de Veral percorreram cerca de 1600 metros a pé até à localidade vizinha de Monteiros, com o intuito de sensibilizar a IBREDROLA, empresa responsável pela construção do Sistema Electroprodutor do Tâmega (SET), e também o Governo para a recolocação da ponte ou a construção de uma alternativa de passagem viável, que permita manter a ligação entre ambas as localidades.
A construção da barragem irá afetar as duas aldeias e tanto os moradores como as autarquias estão unidos em lutar por uma solução que satisfaça as necessidades dos habitantes.
Segundo o Presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, “é inevitável fazer uma nova alternativa à ponte de arame e esta iniciativa serve para isso mesmo, demonstrar que as populações e as autarquias estão unidas e empenhadas em lutar pelos seus interesses, nomeadamente a recolocação ou construção de uma nova ponte”, acrescentando que “é fundamental que seja encontrada uma solução o quanto antes, de forma a manter os laços que unem os habitantes das duas localidades vizinhas”.
Por sua vez, o congénere de Vila Pouca de Aguiar, Alberto Machado, disse que “não passa pela cabeça de ninguém de bom senso não repor o que estas populações construíram, sem a presença do Governo, e que agora em nome do país vai ficar submersa”.
A IBERDROLA apresentou como solução a retirada e consequente recolocação da estrutura de arame numa das margens, mas apenas como valor patrimonial, opção que os habitantes discordam, solicitando, por isso, que seja encontrada uma alternativa de passagem o mais breve possível.
A iniciativa culminou com um almoço convívio na localidade de Monteiros, em Vila Pouca de Aguiar.